
Riscos psicossociais no trabalho: como manter um ambiente saudável?
- Por: Eubyme.co | inspiring your best version
- 05 ago, 2025

Você sabe o que é um risco psicossocial? São fatores relacionados ao ambiente de trabalho que podem afetar negativamente a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores. Tais riscos podem levar a diversos problemas, como estresse, ansiedade, depressão e uma série de outros transtornos mentais. Além, é claro, do impacto na produtividade e no desempenho do colaborador.
Dados do Ministério da Previdência Social apontam que, em 2024, foram quase meio milhão de afastamentos — o maior número em pelo menos dez anos. De acordo com psicólogos e psiquiatras, trata-se de um reflexo da situação do mercado de trabalho e das cicatrizes deixadas pela pandemia.
O Brasil, atento à crescente preocupação com a saúde emocional nas empresas, atualizou a NR-1 (Norma Regulamentadora 01) para incluir os riscos psicossociais como responsabilidade das empresas. Elas devem identificar, avaliar e implementar medidas que minimizem ou eliminem esses riscos.
E quais são os principais riscos psicossociais?
Os riscos psicossociais envolvem condições do ambiente de trabalho que podem afetar a saúde mental, emocional e social dos trabalhadores. Quando não tomamos as devidas precauções, esses riscos comprometem não apenas o bem-estar individual, mas também a dinâmica e o desempenho organizacional. Confira abaixo alguns dos principais riscos psicossociais:
Carga de trabalho excessiva e pressão por resultados: muitas vezes são estabelecidas metas que não condizem com o tempo disponível. O colaborador se sente pressionado a cumpri-las e, por isso, acaba realizando muitas horas extras.
Falta de autonomia: as pessoas começam a sentir-se sem controle sobre as tarefas e decisões, o que gera frustração e desmotivação. Elas sentem que não estão contribuindo efetivamente, apenas executando ordens.
Assédio moral no trabalho: além de criarem um ambiente de muita insegurança, situações de violência verbal, discriminação, intimidação e constrangimento podem causar danos psicológicos graves.
Falta de apoio das lideranças, insegurança no emprego e baixo reconhecimento: líderes que não oferecem o suporte necessário aos seus colaboradores, não fazem feedbacks e não proporcionam perspectivas de crescimento na carreira podem gerar ansiedade e desmotivação.
Ambiente organizacional tóxico: muitas intrigas, uma cultura com práticas abusivas de gestão, falta de comunicação, entre outros fatores, podem afetar negativamente a saúde mental dos colaboradores.
📰 Leia mais: Os impactos da Síndrome de Burnout no ambiente corporativo
Qual a importância de fazer um mapeamento?
A negligência em relação aos riscos psicossociais pode gerar crises internas difíceis de controlar. Ambientes marcados pelos elementos que mencionamos anteriormente tendem a alimentar conflitos, reduzir o engajamento e criar um clima de insegurança entre os colaboradores. Eles podem acabar desestruturando as equipes, comprometendo a produtividade e abrindo espaço para erros frequentes, desmotivação generalizada e falhas de comunicação que impactam diretamente os resultados do negócio.
Como consequência, o turnover aumenta: bons profissionais deixam a empresa em busca de ambientes mais saudáveis, e a rotatividade constante eleva os custos com recrutamento e treinamento. O absenteísmo também se torna mais frequente, com colaboradores afastando-se por problemas de saúde física e mental. As equipes se tornam menos alinhadas e seu rendimento é comprometido. Em casos mais graves, a negligência pode resultar em processos trabalhistas relacionados a assédio moral no trabalho, excesso de carga horária ou condições inadequadas de trabalho, trazendo prejuízos financeiros e jurídicos para a organização.
Um dos efeitos menos discutidos é o impacto direto na cultura organizacional, que passa a ser marcada por desconfiança, medo e instabilidade. A reputação da empresa também sofre: um ambiente de trabalho tóxico se torna conhecido no mercado, dificultando a atração de talentos e manchando a imagem da marca perante clientes e parceiros. Ignorar os riscos psicossociais é, portanto, não apenas um erro estratégico, mas uma ameaça concreta à sustentabilidade e ao futuro da empresa.
E qual o papel do RH nesse processo?
O RH desempenha um papel fundamental na promoção da saúde organizacional e na prevenção de riscos psicossociais. Mais do que lidar com rotinas administrativas, o setor deve estar atento ao bem-estar dos colaboradores e ao clima interno, atuando como ponte entre a gestão e os times.
Para isso, é essencial desenvolver uma escuta ativa, implementar práticas preventivas e acompanhar de perto os sinais de que algo não vai bem. A identificação começa com a observação de mudanças no comportamento dos colaboradores. Queda de produtividade, isolamento, irritabilidade, aumento de faltas e até mesmo a desistência de projetos podem ser sinais de esgotamento emocional ou desmotivação.
Vale também observar conversas informais, relatos espontâneos e até o tom dos feedbacks, que podem indicar sobrecarga de trabalho, conflitos interpessoais ou falta de reconhecimento. Para transformar essas percepções em ações concretas, o RH pode utilizar ferramentas práticas como entrevistas de desligamento, rodas de conversa, formulários anônimos e avaliações periódicas. Elas ajudam a coletar dados e compreender o que está por trás das insatisfações. Com essas informações, é possível propor intervenções mais eficazes e construir uma cultura organizacional mais saudável e sustentável.
📰 Continue a leitura: Ansiedade no trabalho: como identificar e agir a tempo
E agora, o que fazer? Metodologias e boas práticas
Prevenir riscos psicossociais no ambiente de trabalho não é uma escolha — é uma necessidade. É crucial adotar metodologias e boas práticas que promovam um ambiente saudável e seguro. Separamos algumas dicas valiosas para te ajudar nesse processo:
Identificar e avaliar os riscos: o primeiro passo é mapear o ambiente de trabalho. É preciso encontrar métricas baseadas no que é mais relevante e criar métodos de avaliação eficazes. Pode-se começar de forma anônima, desde que todos os colaboradores se sintam confortáveis para avaliar como está o clima organizacional. Isso pode ser feito via pesquisas, observação direta e até feedbacks individuais.
Implementação de políticas e programas: é necessário estabelecer canais de denúncia, promover treinamentos e oferecer aos colaboradores as ferramentas para lidar com suas questões. Deve-se estimular uma liderança empática e responsiva, que favoreça a comunicação e implemente ações de reconhecimento. O esforço por um ambiente corporativo mais saudável é coletivo.
Cultura organizacional: por falar em coletivo, devemos entender que o respeito e a inclusão precisam fazer parte do dia a dia de qualquer empresa. O incentivo ao diálogo e à participação ativa fazem com que os colaboradores se sintam parte do ambiente e queiram contribuir para o bem-estar de todos. O trabalho precisa ser acolhedor e convidativo, para que as pessoas se sintam motivadas e engajadas.
📰 Leia mais: Como aliviar o estresse com passos simples
Conclusão: Cuidar da saúde mental é cuidar do negócio
Investir na prevenção dos riscos psicossociais é investir na saúde da empresa em sua totalidade. Ambientes saudáveis favorecem a retenção de talentos, aumentam a produtividade e fortalecem a cultura organizacional. Mais do que uma exigência legal, cuidar da saúde mental dos colaboradores é um diferencial competitivo. Por isso, reconhecer os sinais, ouvir os times e agir com responsabilidade deve ser parte essencial da estratégia de qualquer organização comprometida com o futuro.
Existem estratégias para melhorar o ambiente de trabalho e nós, da Eubyme.co podemos te ajudar nesse processo. Conheça nossas ações inCompany personalizadas para trazer mais harmonia e cuidar da saúde mental de quem trabalha com você.